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SAVE Brasil na COP30: Não há solução climática sem biodiversidade

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A COP30 terminou deixando mensagens importantes. Algumas animadoras, outras preocupantes. O encontro em Belém reforçou que a crise climática e a crise da biodiversidade caminham juntas, mas, apesar das discussões intensas, o mundo ainda não saiu com o “mapa do caminho” necessário para orientar a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis e o fim definitivo do desmatamento.


Ainda assim, a conferência abriu espaço para avanços e reposicionou o debate global sobre clima e natureza.


A presença da SAVE Brasil na COP30


Ao longo da conferência, a SAVE Brasil,  membro da BirdLife International,  apresentou evidências, experiências de campo e soluções baseadas na natureza que já demonstram resultados concretos em diferentes biomas do país. Nossa participação envolveu:


  • Painéis técnicos no Forest Pavilion e no Nature Pavilion;

  • Discussões sobre pecuária sustentável no Pavilhão da Economia Criativa e na Casa Ipê;

  • Debates sobre áreas prioritárias de conservação;

  • Atividade de campo para observação de aves na Comunidade Quilombola Menino Jesus, aproximando delegados da realidade amazônica e das comunidades que mantêm a floresta em pé.


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Durante a vivência na Comunidade Quilombola Menino Jesus, a observação de espécies como o anambé-una, o tucano-de-papo-branco e o sauim-de-mão-preta-do-leste reforçam uma mensagem central: a conservação das aves e da biodiversidade e de seus habitats é um indicador direto da saúde dos ecossistemas e um elemento essencial para a estabilidade climática.


Para Pedro Develey, diretor executivo da SAVE Brasil, a experiência ilustra a interação entre clima e biodiversidade: “A conservação da natureza não é uma agenda paralela ao clima, ela é o coração da solução climática. Cada área preservada e cada espécie protegida contribuem para a estabilidade do clima e dão segurança para as comunidades que dependem da floresta”, afirma.


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O mesmo sentimento foi compartilhado por Luca Ernemann, porta-voz da Nature and Biodiversity Conservation Union Youth (NAJU). Para ele, vivências em campo aproximam jovens e delegados da realidade local e reforçam o valor da biodiversidade brasileira: “Ver de perto espécies como o tucano e os primatas reforça como ecossistemas saudáveis sustentam a vida e por que a conservação precisa envolver as pessoas que vivem no território”, afirma.


O que a COP avançou e onde parou no meio do caminho


Sob o tema do “Mutirão Global” proposto pela presidência brasileira, a COP30 conseguiu:


  • consolidar o Pacote de Belém;

  • aprovar indicadores globais de adaptação;

  • reforçar o papel dos povos indígenas e de uma transição justa;

  • lançar o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF);

  • Mais atenção para a conservação dos oceanos;



São avanços relevantes, especialmente para países onde a natureza, o clima e a economia caminham de forma interdependente.


Porém, pontos essenciais ficaram de fora. Propostas defendidas por dezenas de países,  o plano global para eliminar combustíveis fósseis e um compromisso internacional para frear o desmatamento, não foram incorporadas às decisões finais.


Esse é o principal alerta. Não há como manter o aquecimento abaixo de 1,5 ºC sem enfrentar simultaneamente esses dois vetores.


O posicionamento da SAVE Brasil


Para a SAVE Brasil, o recado da COP 30 é claro: não existe futuro climático seguro sem restaurar e proteger a natureza, e sem reduzir as emissões estruturais. Assim como não existe soluções climáticas sem biodiversidade.


Participamos da conferência com uma agenda propositiva, levando evidências que integram ciência, biodiversidade, comunidades locais e uso sustentável do território. O monitoramento de aves, manejo adequado de paisagens, gestão comunitária e projetos de restauração ecológica são caminhos concretos que já geram resultados, especialmente quando envolvem espécies ameaçadas de extinção. 


A COP 30 reforçou uma mensagem que a SAVE Brasil destaca há duas décadas: proteger aves e habitats não é apenas conservar espécies; é garantir serviços ecossistêmicos, estabilidade climática e segurança territorial, beneficiando assim  a vida das pessoas


O que vem depois da COP 30


A conferência marcou mais um passo no reconhecimento internacional de que clima e biodiversidade são agendas inseparáveis. Essa visão reflete o caminho que a SAVE Brasil já vinha fortalecendo com a sua missão e em outros fóruns globais,  incluindo a COP16 da biodiversidade, em 2024, onde contribuímos para debates sobre conservação da natureza. 


A participação consecutiva nas duas conferências reforça nosso compromisso com uma atuação contínua e baseada em evidências, sempre buscando integrar ciência aos programas de conservação. Esse trabalho,  seja na Amazônia, no Pampa, na Mata Atlântica ou nas rotas de aves migratórias,  mostra que soluções já estão em curso, e que a natureza pode contribuir para adaptação, mitigação e desenvolvimento justo.


O próximo passo é transformar o que foi discutido em Belém em decisões políticas eficazes e investimentos capazes de proteger a natureza, fortalecer comunidades e garantir um futuro climático seguro.


Saímos da COP 30  rumo à COP15 da CMS (foco nas espécies migratórias) que acontece em março de 2026, reafirmando o que vimos na floresta e nos espaços de negociação: a natureza já oferece respostas concretas. Agora, precisamos de compromissos proporcionais à urgência que vivemos.


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Informações SAVE Brasil

 
 
 

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